O protesto de caminhoneiros em sete estados do Brasil começou a provocar desabastecimento de combustível e de alimentos perecíveis.

No Paraná, os caminhoneiros fecharam, pelo menos, 33 trechos de 20 rodovias estaduais e federais. No interior do estado começou a faltar combustível. Em Francisco Beltrão, a 500 quilômetros de Curitiba, poucos postos estão com as bombas funcionando.

A mobilização dos caminhoneiros que ganha força pelo País está preocupando os embarcadores. Nesta segunda-feira (23), ao menos duas entidades divulgaram nota solicitando o fim dos protestos. Uma delas é a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a outra é Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

Confira abaixo as manifestações divulgadas pelas entidades.

“Produtores de aves e suínos estão enfrentando dificuldades no abastecimento de insumos e liberação de cargas perecíveis em meio aos vários piquetes armados por frentes sindicais de caminhoneiros. A informação é do presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra que, desde sábado, tem recebido diversos relatos de produtores e agroindústrias de aves e suínos, sobre os problemas causados pela paralisação no país.

Os piquetes afetam regiões produtoras de aves e suínos, em especial, no Sudeste e no Sul. “As frentes sindicais que estão promovendo a greve precisam se sensibilizar quanto ao gravíssimo problema que podem gerar impedindo que cargas vivas, produtos perecíveis e insumos para as granjas. Animais podem morrer de fome e alimentos serão perdidos”, alerta Turra.

Conforme o presidente da ABPA, empresas alertam que há paralisação total em importantes rodovias de escoamento de insumos e da produção de aves e suínos, como é o caso da BR 282 (Santa Catarina) e da BR 153 (Rio Grande do Sul).

“Articulamos durante todo o fim de semana alternativas e soluções junto aos governadores e secretarias estaduais, para diminuir os prejuízos aos produtores e às empresas. Estamos pleiteando ao poder público federal ações urgentes. A greve está penalizando a produção de alimentos e afetando a segurança alimentar do país”, enfatiza.

A paralisação também pode afetar o fluxo das exportações dos setores, em um momento econômico delicado. “Estamos em um período de recuperação, após o desempenho negativo registrado, no mês de janeiro, em aves e suínos. Há grande preocupação, neste sentido, quanto aos impactos econômicos que a possível redução dos embarques poderá causar”, aponta.”

Fiep faz apelo pelo fim dos bloqueios de cargas em rodovias

“O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, fez um apelo nesta segunda-feira (23) pelo fim dos bloqueios ao transporte de cargas em rodovias do Paraná e de outros estados. O protesto dos caminhoneiros, iniciado na última quarta-feira (18), vem prejudicando indústrias paranaenses, inclusive de setores que produzem alimentos perecíveis – que deveriam estar livres dos bloqueios.

Nesta segunda, Campagnolo e representantes de outras entidades representativas do setor produtivo se reuniram com o superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná, Gilson Luiz Cortiano. Eles levaram a preocupação da classe empresarial em relação às manifestações e conversaram sobre as providências que a PRF está tomando para garantir a circulação das cargas. Também participaram do encontro os presidentes da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio), Darci Piana, da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, e do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Paraná, Péricles Salazar.

“O setor produtivo brasileiro já atravessa um momento extremamente delicado, que vem se agravando a cada aumento de impostos e de tarifas públicas, como os ocorridos recentemente”, diz o presidente da Fiep. “Os bloqueios nas rodovias comprometem a entrega de matérias primas para as indústrias e o transporte de produtos finais até seus clientes. Esses atrasos representam um enorme prejuízo para as empresas”, acrescenta.

Segundo Campagnolo, a preocupação é ainda maior em relação ao bloqueio de cargas de produtos perecíveis. Apesar de os líderes do protesto afirmarem que caminhões com esses itens estão com passagem liberada pelas rodovias, a Fiep tem recebido relatos de que isso não vem sendo respeitado. Sindicatos filiados à entidade que representam as indústrias de carne e de leite, entre outros, já registram problemas com a manifestação.

No caso do leite, a situação mais grave está na região Sudoeste do Paraná. “Existem vários relatos de produtores que não estão conseguindo transportar o leite até as indústrias de laticínios. Como se trata de um produto altamente perecível e de produção diária, os produtores não têm como armazená-lo por muito tempo, em muitos casos já tendo que descartá-lo”, exemplifica Campagnolo. Além disso, indústrias do setor relatam dificuldades para receber embalagens, o que também pode inviabilizar a produção e o abastecimento de leite nos próximos dias.

Situação semelhante vive o setor de carnes – aves, suínos e bovinos. Grandes exportadores, os frigoríficos também estão enfrentando problemas em relação ao recebimento de cargas, o que tem comprometido sua produção.

“O direito à manifestação é legítimo, porém não pode se sobrepor ao direito à livre circulação de pessoas e mercadorias. Recomendamos que as lideranças do movimento apresentem claramente suas reivindicações e busquem negociação com o governo”, diz o presidente da Fiep. “Fazemos um apelo para que a manifestação seja interrompida o mais rapidamente possível, para evitar prejuízos ainda maiores não apenas para as empresas e produtores, mas para toda a sociedade. E, enquanto isso não ocorre, que ao menos seja respeitada a liberação de transporte de produtos da cadeia de perecíveis”, conclui Campagnolo.”

Fonte: Portal de Notícias Carga Pesada

A ABCAM (Associação Brasileira de Caminhoneiros) acredita que os impactos provocados no setor após o reajuste no PIS (Programa de Integração Social) e na Confins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) incidentes sobre o diesel devem ser dialogados. A opinião é de José da Fonseca Lopes, da ABCAM, que busca um encontro com representantes do governo federal para debater as dificuldades encontradas pelos caminhoneiros.

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