Uma antiga reivindicação dos caminhoneiros autônomos está em análise pelo novo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas: a metodologia de pesagem da carga dos caminhões. Atualmente, a pesagem é feita por eixo, mas pode vir a ser substituída pela pesagem total do veículo carregado.
Essa metodologia vem ao encontro com a proposta de modernização do setor, que também prevê o fim dos postos fiscais em rodovias, sendo substituídos por sensores eletrônicos que permitam a pesagem dos caminhões, inclusive em movimento.
Vale destacar que o atual modelo de pesagem – por eixo – traz uma enorme dificuldade operacional. Imagine movimentar grãos, de um eixo para outro, por exemplo? Já com a pesagem total, não se faz necessário movimentar a carga. Avalia-se apenas se o transportador está respeitado os limites de pesagem.
Promessas
A modernização do transporte, que foi uma promessa feita pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, parece que está mesmo saindo do papel. Além da possibilidade de mudança na metodologia de pesagem e do fim dos postos fiscais nas rodovias, Tarcísio de Freitas informou que o projeto piloto do Documento Eletrônico de Transporte (DT-e) já está em fase de experimentação.
Se aprovado, a iniciativa irá não só acabar com as longas filas de espera nos postos de pesagem, como reduzir a necessidade de postos fiscais. Ou seja, o caminhoneiro já não perderá mais tempo esperando e poderá entregar sua carga num prazo menor e até com custos mais baixos.
“Precisamos acabar com esta burocracia para uma emissão simples de um documento de viagem. O tempo do caminhoneiro é precioso e cada minuto que ele perde com procedimentos desnecessários aumenta o risco de alguém na ponta deixa de receber um produto, que, por vezes, pode ser imprescindível para sua sobrevivência”, explica o presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes.
Expectativas
A declaração do ministro foi bem vista pela Abcam. Agora, espera-se que essas medidas sejam implementadas em todo o país ainda este ano. Os caminhoneiros autônomos não podem mais ser obrigados a arcar com o transtorno, o desgaste e os custos de ficarem retidos nos postos de fiscalização para tentar dividir a carga por cada eixo.
A tecnologia e a modernização de processos também precisam chegar para quem está sentado na boleia de um caminhão com o único objetivo de abastecer esse Brasil. Já passou da hora.