Como ficará o subsídio ao diesel?

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Faltando poucos dias para o fim da subvenção ao óleo diesel, Abcam se manifesta a favor da sua continuidade

Não há como negar que o ano de 2018 foi marcado por grandes desafios para o transporte rodoviário de cargas do país. A paralisação dos caminhoneiros ocorrida em maio deste ano, foi mais do que uma mobilização apenas da categoria. 

A manifestação teve o apoio de grande parte da população e refletiu a insatisfação com os altos preços dos combustíveis, com a carga tributária excessiva e a corrupção tão presente no país.

Somente após sete dias de manifestações e bloqueios de diversas rodovias é que o pleito da categoria foi ouvido pelo Governo. Diversas concessões foram feitas, dentre elas o subsídio ao óleo diesel, responsável por 40% das despesas do caminhoneiro. 

O acordo feito com o Governo Federal previa a referida subvenção até o dia 31 de dezembro, prazo que está prestes a expirar. Devido a isso, os telefones da Abcam não param de tocar, um reflexo da grande preocupação dos caminhoneiros sobre como ficará o custeio do diesel no próximo ano. 

A Abcam entende que o programa não pode acabar, caso contrário, o frete poderá ficar mais caro, prejudicando diretamente os setores que dependem do transporte rodoviário, sem esquecer claro, do consumidor final, que pagará a conta dos aumentos em cadeia. 

“Não se pode, de uma hora para a outra retirar a uma concessão tão importante como esta. Isso reflete diretamente no custo de vida do caminhoneiro”, explica o presidente da entidade, José da Fonseca Lopes. 

A entidade está aguardando o início do novo presidente eleito, Jair Bolsonaro, para retomar as negociações iniciadas com o Governo de Michel Temer. “Esperamos manter um diálogo aberto e permanente com o novo Governo, e que possamos encontrar uma solução para esta questão”, comenta Fonseca.

A indicação do economista Roberto Castello Branco para presidir a Petrobras no governo de Jair Bolsonaro sinaliza continuidade de uma política pró-mercado no setor de petróleo. A Associação espera que isso seja um sinal de que o novo CEO da estatal examine a política de preços com cautela e encontre uma forma de estabilizar os preços. 

A Petrobras segue uma política de variação do preço dos combustíveis que acompanha a cotação do dólar e a variação do barril do petróleo no mercado internacional. 

A falta de estabilidade dos preços dos combustíveis, com sucessivos aumentos, é um dos grandes empecilhos para àqueles que tem como principal fonte de despesa o combustível fóssil. “Assim, o caminhoneiro não consegue ter qualquer previsibilidade de suas despesas, o que dificulta a cobrança do frete”, explica o presidente da Abcam. 

A Abcam espera que sejam discutidas soluções para o preço dos combustíveis logo no início do ano. A Associação afirma que não sabe se conseguirá conter as possíveis manifestações de insatisfação da categoria caso a subvenção seja suspensa.