Fernão Dias registra quase 2 mil acidentes envolvendo veículos pesados

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Com o objetivo de reduzir acidentes, concessionária irá oferecer serviços gratuitos para caminhoneiros durante a campanha Saúde na Boleia, em Atibaia

Na rodovia Fernão Dias, em 2016, foram registrados 1.952 acidentes envolvendo veículos pesados. Desse total, em 137 ocorrências os motoristas dormiram ao volante. No primeiro semestre deste ano, as ocorrências com carretas e caminhões envolvendo motoristas que dormiram ao volante já somam 67.

Um levantamento feito pela Arteris revelou que 10% dos motoristas dirigem com sono, aumentando o risco de acidentes no trânsito. Já 8% admitem o uso de anfetaminas. A pesquisa foi realizada pelo programa Saúde na Boleia, promovido pela empresa e que entrevistou quase 5 mil caminhoneiros entre agosto de 2015 e agosto de 2016. Nas ações, também foram realizados exames clínicos e de sonolência que resultaram no perfil de saúde dos profissionais que transitam em rodovias das regiões sul e sudeste.

“A relação do estado de saúde com a segurança no trânsito é direta. Por isso, investimos em ações de conscientização e de serviços voltados para o caminhoneiro”, explica Helvécio Tamm de Lima Filho, diretor-superintendente da concessionária. “É comum encontrar motoristas que há muitos anos não faziam exames clínicos e, durante o atendimento, descobriram males como pressão alta e diabetes”.

Campanha

A Autopista Fernão Dias realiza em Atibaia (SP), nos dias 11 e 12 de julho, a campanha Saúde na Boleia, ação voltada para a qualidade de vida dos caminhoneiros. Entre terça e quarta, das 11h às 20h, serão oferecidos diversos serviços gratuitos no km 28 (Posto Dom Pedro) da BR-381, sentido Belo Horizonte. O objetivo da ação é instigar comportamentos e hábitos seguros para a redução de vítimas fatais.

Durante os as atividades serão oferecidos exames básicos de saúde como aferição de pressão arterial, medição das taxas de colesterol, glicemia e triglicérides, avaliação de IMC (Índice de Massa Corpórea) e orientações clínicas e cardiológicas, vacinas, massagem e serviços de higiene bucal.

Sono na estrada

Os testes de sonolência realizados nas campanhas da Arteris identificam o grau de cansaço dos motoristas, medido de acordo com a Escala de Sonolência de Epworth. Um resultado de até 9 pontos indica uma condição considerada normal. Acima dessa pontuação é recomendado procurar um médico. No levantamento feito no Saúde da Boleia verificou-se que 1 em cada 10 motoristas estão na faixa mais alta da Escala de Epworth, com risco 70% maior de sofrer acidentes.

“Trafegar com carga e em alta velocidade requer o máximo de atenção e reflexos dos motoristas. O sono potencializa uma série de acidentes e coloca em risco a vida dos demais usuários da rodovia”, alerta o gerente de tráfego da Autopista Fernão Dias, José Carlos de Oliveira.

Cerca de 39% dos entrevistados ficam fora de casa por mais de 20 dias por mês, e 1% enfrenta jornada de mais de 18 horas diárias. Já 40% dormem no próprio caminhão. E, para enfrentar a rotina desgastante e prazos apertados, muitos deles recorrem às drogas: 8% dos caminhoneiros admitiram que usam anfetaminas. E 19% afirmam que já se envolveram em acidentes nas estradas.

Problemas de saúde

O excesso de peso também é outro problema identificado em quase metade dos motoristas abordados. Cerca de 24% estavam obesos e outros 25% com sobrepeso. Doenças associadas a má alimentação também são comuns entre os motoristas: 14% sofrem de hipertensão, 33% apresentam colesterol alto, 61% estão com taxa alta de glicemia e 40% com triglicérides alta. “São doenças que podem resultar em infartos e acidentes vasculares”, afirma Oliveira.

 

Fonte: Brasil Caminhoneiro