Financiamento de caminhões deve trazer um novo cenário para o Brasil

As mudanças nos juros e nos limites de financiamento de caminões e ônibus pelo Finame PSI (Programa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social — BNDES) devem movimentar e trazer oportunidades para outros formatos de tomada de crédito, como os consórcios e CDC (Crédito Direto ao Consumidor).

Até dezembro de 2014, 100% do bem podia ser financiado pelo programa do governo federal com taxas de cerca de 6%. Lançado no começo de 2015, o novo Finame PSI permite o financiamento de até 70% do bem com juros variando de 9,5% a 10% ao ano, dependendo do porte da empresa tomadora do crédito. O restante, também limitado a 90% do bem, pode receber crédito do BNDES com juros fixados de mais de 15% ao ano.

Embora ainda seja cedo para apurar mudanças reais no perfil dos financiamentos escolhidos pelos consumidores, a Rodobens estima um crescimento de 15% nos seus contratos de consórcio, com uma parcela importante vinda do segmento de caminhões e ônibus.

“O Finame trazia uma vantagem muito forte para os veículos comerciais, que eram parcelas baixas e muito competitivas. Com as novas regras, os juros foram à normalidade das outras opções de financiamento do mercado”, afirma o diretor da Rodobens Consórcio, Ronald Macedo Torres.

“Percebemos que, quando falamos de automóveis e imóveis, o brasileiro fica preocupado em ser devedor. No consórcio, ele é credor, só passa a ser devedor quando é contemplado, mas já abateu grande parte da dívida. É preciso ainda mostrar, que se o consumidor quiser, ele pode ter o bem antes de ser sorteado, dando um lance”, completa ele.

Documentação simplificada e possibilidade de financiamentos mais longos são pontos a favor do consórcio, defende o gerente-geral de Vendas e Marketing de Caminhões da Ford, Antonio Baltar Jr. “O consórcio é uma alternativa, apesar de ainda não termos índices de quanto vai crescer”, destaca.

O VP de Vendas, Marketing e Pós-Vendas da MAN Latin America, Ricardo Alouche, concorda, apontando ainda o leasing e o CDC como outras alternativas.

“As taxas do Finame e dos outros financiamentos se aproximaram. Então, entendo que, no médio e longo prazo, alguma coisa migre para leasing e CDC. O consórcio também passa a ser uma alternativa interessante, já que a taxa de administração varia de 10% a 15%. Quando Finame estava 6%, era cara. Mas hoje se aproximou e é uma ferramenta mais simples e direta, principalmente para aqueles que têm uma programação de renovação de frota”, diz ele.

Indústria amarga meses perdidos

Os últimos meses foram difíceis para a indústria automotiva, o que se reflete no segmento de caminhões, já que apesar de um aumento de 128,1% na produção em janeiro na comparação com dezembro de 2014, subindo de 3,7 mil para 8,4 mil, os resultados não são nada animadores. Isso porque a alta é vista sobre uma base de comparação fraca, uma vez que a maior parte das empresas interrompeu a produção e deu férias coletivas. Na comparação com janeiro de 2014, quando foram produzidas 13,8 mil unidades, a queda na produção amarga 38,7%.

Os números são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). “Trabalhamos com indústrias de 10% a 15% menores do que o ano passado. O que aconteceu no segmento de caminhões de dezembro para cá foram três meses perdidos”, diz o executivo da Ford.

 

Fonte: Brasil Econômico

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