Caminhões tem pior fevereiro em 20 anos.

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As vendas de caminhões tiveram queda vertiginosa em fevereiro como reflexo da retração da economia e da demora na regulamentação das novas condições do Finame PSI, linha de crédito subsidiada para a compra de pesados. Com 5,1 mil emplacamentos, a baixa foi de 32,6% sobre janeiro, que já foi um mês fraco, e de 50,1% na comparação com o mesmo período de 2014. As informações são da Fenabrave, entidade que representa os distribuidores de veículos.

Com a ruptura do ritmo de vendas, o mercado interno de caminhões alcançou em fevereiro o menor patamar para o mês em 20 anos, segundo a Fenabrave. O recorde negativo aconteceu apesar de, em 1995, o mercado nacional de veículos do segmento ser significativamente menor, de cerca de 50 mil unidades por ano, pouco mais de um terço do total vendido no ano passado.

No primeiro bimestre as vendas somaram 12,8 mil unidades, com expressiva redução de 39% sobre o resultado de janeiro a fevereiro do ano passado. O volume foi o mais baixo para o período em 10 anos.

Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave, explica que o orçamento do BNDES para o Finame este ano é menor e, portanto, o mercado deve sentir impacto no volume de vendas. No início de 2015 o setor enfrentou demora para que as novas condições da linha de crédito entrassem em vigor. A situação é agravada pelo ritmo lento da economia, já que, sem demanda por transporte de mercadorias não há aumento das vendas de veículos. “O Finame ainda tem condições interessantes, mas a situação econômica não é atrativa”, avalia.

Desde janeiro a linha PSI para o financiamento de caminhões, ônibus e máquinas agrícolas tem juros mais altos, de 9% a 10% ao ano, e financia menor parcela do valor do bem, de até 70% para pequenas e médias empresas e 50% para as grandes. A demora na regulamentação das novas condições atrasou o início efetivo das vendas de caminhões em 2015. Como dificuldade adicional, o setor precisou buscar uma forma competitiva para financiar a parcela do preço dos veículos que não é coberta pela linha subsidiada do PSI. Apenas em fevereiro o BNDES divulgou uma maneira de fazer isso por meio de linhas alternativas para financiar até 90% do bem, com duas modalidades diferentes de crédito, o PSI com juros fixos e o restante com taxa variável.

Com esses aspectos equalizados apenas recentemente, o mês de março deve ser um termômetro mais fiel de como se comportará o mercado de caminhões em 2015. Por enquanto, a Fenabrave espera nova queda nas vendas este ano, de 10,5%, para 122,6 mil unidades até o fim do ano.

Fonte: Portal Altomotive Busness